sexta-feira, 11 de maio de 2018

La Casa de Papel, um clichê que deu certo?

  

 A humanidade cria histórias a séculos. Boa parte do que é visto hoje, nada mais é do que um reflexo do que foi feito no passado. Então, como inovar? Como criar algo nunca visto antes? É possível? Ainda existem histórias novas, geralmente retratando assuntos da atualidade ou acompanhando tendências.
   Mas o público está mesmo buscando histórias novas? Acredito que a resposta varia muito. Uma história inovadora não é necessariamente boa e vice versa. Mas não importa o objetivo da história, o público quer algo bem mais simples, se divertir. As histórias novas estão acabando e vivemos na geração do reaproveitamento, reebot disso, remake daquilo, filmes antigos voltando, métodos do passado sempre reutilizados. No meio de tudo isso, temos a Marvel,  ganhando bilhões com histórias que outrora eram contadas nos quadrinhos. Marvel moldou suas histórias, recriou seu mundo, apresentou um a um os seus personagens. Usando atores quase esquecidos e personagens trazidos do limbo, a Marvel definiu um sistema simples, agradar o público, não com apelo ou seios a mostra. A Marvel construiu e deu vida a personagens reais, com problemas que não eram reais, mas nos convenceu que eram. Em momento algum a "carroça foi posta a frente dos bois", cada personagem teve seu tempo, sua jornada, foram lapidados, um a um. Hoje estamos convencidos de que aqueles personagens realmente existem, de que tudo aquilo é real. É fácil de digerir a existência do gigante verde ou a genialidade de um playboy. Nada é jogado na sua cara, a Marvel literalmente mastiga o seu conteúdo antes de dar aos espectadores.
   Agora, onde a La Casa de Papel entra nisso? Acredito que a fórmula seja bem parecida e é aí que La Casa de Papel acerta em cheio. Se é tão difícil criar uma história única, como vamos pegar uma história clichê e transformar em algo único? Com personagens únicos! Foi exatamente o que a Marvel fez, construiu seus personagens. Agora não importa se a história é sobre um herói que salva a mocinha, vamos assistir. Queremos ver o que aquele personagem vai fazer e como vai fazer.
   La Casa de Papel conta a história de um assalto a casa da moeda da Espanha. Se resumir a série assim, provavelmente você não teria vontade de assistir. A série possui um enredo inteligente, mas mesmo nesse, que parece ser o carro chefe, ela se perde, desvia o foco e acaba deixando alguns furos. Mesmo depois de dizer isso, posso garantir que a série é incrível. La Casa de Papel abandona preocupação com efeitos especiais ou com atores super caros. A série foca toda a sua energia no carisma dos personagens e na empatia do público em geral. Durante toda a primeira temporada, os personagens são construídos, ganham vida, conhecemos seus sonhos, desejos, defeitos e qualidades. De uma forma ou de outra, acabamos nos apegando a algum personagem. Durante o processo, cada personagem possui um apelido, Rio, Denver, Tokyo, Professor, é impossível esquecer o nome do seu personagem favorito e isso só aumenta a empatia. Acabamos gostando mais de personagens que conhecemos pelo nome, dar apelidos a todos foi genial. Você pode não gostar desse ou daquele personagem, mas vai gostar de algum e isso basta para você assistir, discutir e recomendar a série.
   Depois de se apegar ao seu personagem, você só precisa esperar as ordens do professor, a partir deste momento, já não importa o que o professor vai determinar e nem mesmo importa se faz sentido, você só quer ver o seu personagem agindo conforme cada situação apresentada. Assim, La Casa de Papel nos mostra que não importa a história, importa como cada personagem reage a ela. Para um entendimento mais profundo, tente imaginar o filme Titanic sem Jack e Rose, teríamos quase três horas da história de um navio afundando. Stephen King já usa essa fórmula a anos, ele nos apresenta sempre um grande mistério, que não importa, acabamos ignorando o mistério e voltando nossa atenção para o comportamento dos personagens perante aquele mistério.   
   Espero ver mais séries como La Casa de Papel.

La Casa de Papel é uma série de televisão espanhola do gênero de filmes de assalto. Criada por Álex Pina para as redes televisão espanhola Antena 3, a série estreou em 2 de maio de 2017 estrelando Úrsula Corberó (Tókyo), Alba Flores (Nairóbi), Álvaro Morte(El Profesor), Itziar Ituño (Raquel Murillo), Pedro Alonso (Berlin), Paco Tous (Moscou), Jaime Lorente (Denver), Miguel Herrán (Rio), Darko Peric (Helsinque) e Roberto García (Oslo). A série foi adicionada internacionalmente no catálogo da Netflix no dia 25 de dezembro de 2017 com uma nova edição e diferente quantidade de episódios.
   A série recebeu críticas positivas e concorreu a diversos prêmios na Espanha.
   Em 18 de abril de 2018, a Netflix renovou a série para uma terceira parte, prevista para ser lançada em 2019.
Fonte: Wikipedia

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2 comentários:

Unknown disse...

Muito bom, eu não conhecia esse lado da série. Parabéns pelo texto ficou muito bem estruturado e atraente...

Unknown disse...

Show,me encaixo totalmente nessa situação quando assisto a série,ainda não terminei mas estou adorando!